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O que é dislexia?



Quando a criança ingressa na escola, a família e os profissionais da educação esperam que ela tenha um desenvolvimento harmônico do processo de aprendizagem. Mas, para algumas crianças esses processo é dificultado e os personagens se deparam com dificuldades, apresentadas pela criança, para desenvolver a leitura e a escrita.

De acordo com o estudo de Andrade e colaboradores (2011), verifica-se que tem aumentado o número de alunos com dificuldades na aquisição da leitura e escrita. Diversos fatores contribuem para o prejuízo no desenvolvimento dessas habilidades, dentre eles os fatores emocionais, educacionais, sociais, econômicos e orgânicos, como os de origem neurológica, onde se enquadra a dislexia.


A dislexia caracteriza-se pelo baixo desempenho nas tarefas de leitura e escrita não esperado para a idade, nível de escolaridade ou quociente de inteligência (Andrade, 2010). Dessa forma observam-se dificuldades em correção e fluência na leitura, trocas, substituições, inversões ou omissões de letras, sílabas ou palavras que prejudicam o desempenho escolar ou as atividades diárias que exigem a prática da leitura e escrita (Massi, Santana, 2011). Assim, consequentemente o indivíduo pode apresentar prejuízo na interpretação textual e experiência leitora reduzida, que pode refletir no desenvolvimento lexical e de conhecimentos gerais.


Diversas teorias tentam explicar a dislexia, mais comumente é associado à alteração no funcionamento do sistema nervoso central (Oliveira e colaboradores, 2011; Correia, 2012).


Para as ciências humanas a dislexia se distancia de uma patologia e se associa aos fatores sociais, como a relação que o aluno tem com a leitura e escrita, condições da alfabetização e do letramento da família (Massi, Santana, 2011).


Apesar das divergências das teorias é comum a percepção entre elas que o indivíduo com dislexia apresenta a sua capacidade intelectual preservada, mas prejuízo na capacidade de compreender palavras ou frases escritas que pode prejudicar o seu desempenho escolar e sua autoestima (Félix, 2011; Correia, 2012; Nogueira, 2014).

Vale ressaltar que a dislexia está incluída em uma gama de transtornos da aprendizagem que se diferenciam das dificuldades de aprendizagem. Essa última se relaciona às dificuldades de adaptação aos métodos de ensino (Caridá, Mendes, 2012) ou devido aos fatores ambientais, sociais e emocionais como cita (Andrade e colaboradores, 2012).


A dislexia se classifica em fonológica e lexical segundo Oliveira e colaboradores (2011). A primeira caracteriza-se pela presença de erros na associação dos grafemas com os fonemas. Já na dislexia lexical observam-se dificuldades na compreensão de regras ortográficas que comprometem a leitura fluente e de palavras irregulares.

Dessa forma, a aquisição da leitura e escrita está relacionada ao desenvolvimento da linguagem, mais intimamente ao desenvolvimento da consciência fonológica (Caridá, Mendes, 2012). Sendo considerado também um processo complexo que envolve, também, a atenção, memória, função executiva, dentre outros segundo cita Nogueira (2014).


No indivíduo disléxico observa-se alteração ao realizar a análise fonológica das palavras, que permite separá-las em sequências de fonemas e, consequentemente, terá dificuldade para decodificar, ou seja, ler as palavras (Caridá, Mendes, 2012). A dificuldade ao processar a informação de origem fonológica gera, também, o déficit na produção do discurso.


Concordamos com Nogueira (2014), que relatou que além da alteração na consciência fonológica, os disléxicos demonstram alteração de memória, atenção e função executiva.


A literatura indica que os disléxicos podem apresentar sinais de alteração no desenvolvimento de linguagem nos primeiros anos de vida, antes do ingresso na escola. Antes do desenvolvimento da linguagem escrita ocorre o desenvolvimento da fala e a compreensão, quando esses estão prejudicados a escrita e leitura também podem ser afetados, pois as áreas cerebrais são as mesmas para essas funções. Sendo assim o atraso no desenvolvimento de fala pode ser considerado um fator de risco para a dislexia. Pode-se observar alterações na fala e vocabulário, dificuldade de memorização e de reconhecimento das posições espaciais (Caridá, Mendes, 2012).


A respeito do diagnóstico, esse é realizado por um grupo de profissionais, tais como o médico, psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e terapeuta ocupacional. Na avaliação são investigados os fatores orgânicos, a inteligência, as habilidades auditivas, a linguagem oral e escrita, as habilidades motoras e sensoriais e a atuação acadêmica (Caridá, Mendes, 2012).


Dessa forma, o diagnóstico e intervenção precoce da dislexia são importantes para evitar os prejuízos no desempenho escolar, social e afetivo do aluno, para orientar o professor quanto ao uso de estratégias diferenciadas para alfabetizar o aluno disléxico.

Segundo Heinemann e Salgado-Azoni (2012), Caridá e Mendes (2012) acrescentam que o diagnóstico precoce é importante para orientar a família, pois o indivíduo disléxico pode estar sujeito ao fracasso escolar e a não completar os requisitos do processo educacional.


Nesse viés, o professor tem um papel importante no diagnóstico precoce, pois ele pode identificar os sinais apresentados pelas crianças e realizar o encaminhamento aos profissionais que farão o diagnóstico da dislexia.

"Observe o aprendizado do seu filho, qualquer dúvida procure o fonoaudiólogo."

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