top of page
Buscar
lucassiafono

Conheça o que é o transtorno do processamento auditivo central

O transtorno do processamento auditivo (TPA) caracteriza-se por uma alteração na percepção da informação auditiva pelo sistema nervoso central com déficit em uma ou mais habilidades auditivas, podendo estar envolvido nas dificuldades de aprendizagem e na função comunicativa. Devido à expressão negativa do TPA no desempenho do indivíduo, é importante que seja realizado o treinamento auditivo (TA).


        Os estudos realizados no campo da neurociência demonstram que o TA pode melhorar vários processos auditivos, através de uma reorganização do substrato neural auditivo, ou seja, da plasticidade neural, pois aumenta as transmissões nervosas, as intensificam e estabilizam, devido à transmissão neural frequente. Sabe-se, ainda, que a ativação do sistema auditivo e sistemas associados é realizado por meio de diversas experiências auditivas específicas, geradas de acordo com influências ambientais, que tendem a estimular e melhorar as habilidades e o comportamento auditivo, adequando a codificação e decodificação dos sinais acústicos. Por isso, o TA é utilizado para reabilitação de indivíduos com TPA.


        A literatura demonstra resultados positivos do TA em relação a melhora do comportamento, no desempenho escolar e familiar e das habilidades auditivas, como percepção auditiva,  figura fundo auditivo, fechamento auditivo, associação auditivo–visual e separação binaural para sons linguísticos e não lingüísticos.


         Existem duas propostas específicas para o TA, sendo estas, o TA formal, no qual são utilizados equipamentos eletroacústicos (audiômetro e cabine) e/ou computadores, que possibilitam o controle da produção e apresentação do estímulo, em relação ao intervalo inter-estímulo, freqüência, duração e intensidade do estímulo auditivo. E o TA informal, que se refere à proposta de intervenções terapêuticas em que não é realizado o controle das características acústicas do estímulo.


        A estimulação realizada, seja no treinamento formal ou informal, pode incluir variações nos aspectos temporais (intensidade, freqüência e duração), na discriminação de sons verbais e não-verbais, reconhecimento, ordenação temporal, localização e reconhecimento do estímulo sonoro com ruído de fundo. Alguns autores sugerem que as estratégias sejam baseadas no treinamento auditivo-verbal, ou seja, as informações verbais que variam entre fonemas, palavras, frases e histórias sejam recebidas por meio da audição com o auxílio visual e cinestésico. Desta forma, garante-se que, o TA seja realizada por meio de uma via sensorial e que as habilidades auditivas sejam treinadas de forma específica seguindo quatro categorias: detecção, discriminação, reconhecimento e compreensão.


        Associadas ao TA, são utilizadas as estratégias compensatórias que reforçam os recursos corticais, como a atenção e a memória. Podem ser realizadas atividades metalingüísticas que induzem à formação de esquemas para a coesão do discurso, estimulam a consciência fonológica e ampliam a dimensão semântica. Também são realizadas tarefas metacognitivas que abordam a auto-instrução e a resolução de problemas cognitivos envolvendo questões comportamentais. Todas essas estratégias devem ser utilizadas em conjunto e em diversos contextos. Devido a essa abrangência, o TA pode ser aplicado em indivíduos com TPA, alterações auditivas periféricas, cognitivas e psiquiátricas. 

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page